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Entenda as possíveis causas da dor de cabeça constante

A dor de cabeça, conhecida tecnicamente como cefaleia, é um dos sintomas mais comuns entre a população. De acordo com a Sociedade Internacional de Cefaleia, existem mais de 150 tipos diferentes de dor de cabeça, que podem estar associados a diversos quadros clínicos.

O neurocirurgião Fernando Gomes explicou quais são as principais causas da dor de cabeça e quais são os indicativos da necessidade de atendimento especializado. “Existem as dores de cabeça que são consideradas primárias, como a cefaleia tensional, a enxaqueca e a cefaleia em salvas. E as secundárias, que acontecem devido a algum problema de saúde que pode ser um aneurisma cerebral que rompeu, um tumor cerebral, uma infecção no crânio”, afirma.

A cefaleia tensional está relacionada à tensão da musculatura ao redor do pescoço e do crânio. A enxaqueca, por sua vez, é uma doença neurológica crônica definida por uma dor de cabeça latejante, em um ou nos dois lados da cabeça. Na cefaleia em salvas, a dor forte é pulsátil em apenas um lado da cabeça, podendo afetar a parte frontal do crânio, face e fundo dos olhos.

Segundo o neurocirurgião, mudanças no padrão das dores de cabeça podem ser um sinal de um problema de saúde que requer acompanhamento médico.

“Quando o indivíduo tem mais de uma vez por semana e não tinha dor de cabeça antes, uma dor que começa de uma forma súbita, por exemplo. […] Quando existe alteração de comportamento, mostrando que o cérebro está funcionando de uma maneira diferente ou quando crises convulsivas vêm em conjunto”, afirma.

Outras causas da dor de cabeça

Alterações na rotina de sono, como dormir pouco ou em excesso, e na alimentação, como jejum prolongado e consumo exagerado de bebidas alcoólicas, também podem provocar dores de cabeça momentâneas.

O sintoma também está associado a uma série de doenças, sendo necessária a avaliação médica para o diagnóstico preciso. Infecções virais e bacterianas, como sinusite e meningite, além de gripes e resfriados, assim como condições mais graves como aneurismas, tumores cerebrais, acidente vascular cerebral (AVC) e lesões cranianas podem provocar dor de cabeça em diferentes níveis.

Preocupações excessivas, ansiedade, tensão e estresse também podem levar aos quadros de dor de cabeça.

Riscos da automedicação

Com o objetivo de aliviar a dor de cabeça, pessoas recorrem a diferentes tipos de medicamentos por conta própria. A automedicação sem a avaliação prévia de um profissional capacitado pode trazer problemas para a saúde.

Entre os riscos mais frequentes estão o perigo de intoxicação, reações alérgicas, dependência e resistência aos remédios.

“Primeiro, a pessoa toma um medicamento que não sabe direito qual o efeito no corpo. Segundo, ela pode acostumar o sistema nervoso central e até o próprio organismo com aquele medicamento e depois você cria uma situação de dependência”, alerta o neurocirurgião.

Os medicamentos são uma das principais causas de intoxicação no Brasil, segundo dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), acompanhados de produtos de limpeza, agrotóxicos e alimentos danificados.

Além do impacto sobre a vida humana, as reações adversas a medicamentos também influenciam significativamente nos custos despendidos com saúde. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), os hospitais gastam entre 15% a 20% de seus orçamentos para lidar com as complicações causadas pela automedicação, caracterizando um problema de saúde pública.

Os principais medicamentos utilizados na automedicação são os anti-inflamatórios e analgésicos, para alívio dos sintomas de dor e febre. Como qualquer outro medicamento, no entanto, deve-se atentar aos riscos.

Os principais riscos da automedicação são:

  • Atraso no diagnóstico correto, devido ao mascaramento dos sintomas
  • Agravamento do distúrbio
  • Alguns medicamentos podem provocar dependência
  • Possibilidade da ocorrência de efeitos adversos
  • Desconhecimento de interações medicamentosas
  • Reações alérgicas que podem variar de leves, moderadas a graves
  • Criar resistência a micro-organismos, como no caso dos antibióticos
  • Intoxicações, que podem provocar a morte

(Com informações do Ministério da Saúde)

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